O governador Sérgio Cabral sancionou na semana passada o projeto de lei que transforma o funk em movimento cultural. A Assembléia Legislativa já tinha aprovado o projeto, só faltava mesmo o sim do governador. Será que Sérgio Cabral quer ser lembrado como o pai dos favelados ou seria apenas mais uma jogada que visa a reeleição no ano que vem? Cabral colocou a polícia pacificadora em algumas comunidades do Rio. O governador garante que esses morros são seguros e que não existe mais tráfico por lá. Ele ainda cria ou permite eventos nesses locais para mostrar que o governo chegou! Em matérias jornalísticas sobre o policiamento nas favelas, não me lembro ter visto algum morador apoiar a ação, normalmente o que se vê é o silêncio. Parece que eles ainda temem falar sobre essas questões.
Sérgio Cabral e a ALERJ consideram o funk simplesmente cultura! É bom lembrar que o som nascido no morro não permanece confinado nele, pelo contrário virou a trilha sonora do Rio (que Manoel Carlos não se ofenda). Desde a patricinha filha do empresário mais rico até o mais humilde dos moradores de comunidade compartilham o mesmo som. É verdade que a letra sofre alteração. As músicas são gravadas duas vezes: uma para o asfalto (mais leve) e outra para as comunidades (os proibidões). Os MCs, popuzudas e mulheres frutas que cantam viraram agora agentes culturais... Isso me parece uma medida desesperada para conseguir votos da camada mais pobre e dos jovens ...
O conceito de cultura é muito amplo... Pensando bem, acredito que funk é cultura sim! A MÚSICA traduz crenças, valores e comportamentos de um grupo social. Embora a maneira encontrada para se expressar seja um tanto apelativa, com reforço do uso de termos em duplo sentido ou até mesmo xingamentos, não posso determinar que isso não é cultura só porque não faço parte do movimento ou não vivo em uma comunidade.
ResponderExcluirPoxa mas é inevitavel não pensar de primeira em vulgaridades quando se fala em funk. Eu não engoli bem essa notícia,mas ai eu me lembrei dos funks das antigas... Além do mais vulgaridade tb tem no forró, no axé em muitos outros ritmos...
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