quarta-feira, 20 de maio de 2009

A moda agora é protestar!

Quem tem acompanhado o noticiário, pelo menos o televisivo, deve ter notado que todo dia protestos dos mais diversos tipos tem sido veiculados. As manifestações mais comuns na mídia eram as do MST seguidas pelas greves de professores, motoristas e outros profissionais. De uns tempos para cá, novos tipos de protestos vem sendo disseminados. Desde dos úteis até os mais fúteis.
Na sexta-feira passada, o Movimento dos Sem Namorados levou uma galera para as ruas do Rio e esta semana promete levar para as de São Paulo. A proposta, pelo menos a do site do movimento, era conseguir namorados para pessoas solteiras que estavam indignadas com seu estado civil. Na prática, o que aconteceu foi uma micareta gratuita a céu aberta, só que ao som de marchinhas de carnaval. Os manifestantes que queriam um namorado esqueceram disso durante o protesto e acabaram somente na pegação. Várias pessoas, mesmo sem compartilhar da mesma ideologia do movimento, participaram durante a passeata, provavelmente pensando que era um bloco de carnaval. Enfim, o circo foi armado e o resultado oi completamente oposto a idéia inicial. Sem contar que o horário da manifestação, às onze da manhã, deve ter impedido os reais engajados de participar...
Outro protesto interessantíssimo foi o do Greenpeace na ponte Rio-Niterói. Os manifestantes indignados com o excesso de gás carbônico emitido pelos veículos simplesmente pararam o trânsito da ponte para colocar uma faixa em inglês sobre isso. Resultado, engarrafamento, triplo de monóxido de carbono na atmosfera e o atraso de milhares de pessoas de bem que ficaram presas no sufocante, em todos os sentidos, engarrafamento.
Defensores desses tipos de movimentos usam o simbolismo como argumento e afirmam que pelo menos as pessoas estão preocupadas com o futuro da humanidade. Eu concordo que tem protestos que realmente são úteis, mas o que me indigna é o fato de conseguirem mobilizar milhares de pessoas para fazer, de fato nada, pelo meio ambiente ou causas sociais. A Hora do Planeta foi um protesto bem-sucedido no sentido de levar as pessoas a pensar no aquecimento global. Muita gente se prontificou a apagar uma luz num cômodo de casa como protesto, mas o tempo que essas pessoas apagavam uma luzinha, poderiam ter plantado uma muda em um parque ou em suas ruas. Seria perfeito, estariam atingindo o lado simbólico e o prático. Essa muda se tornaria árvore e realmente ajudaria a melhorar o ar das gerações futuras. O meu questionamento é : se fosse para plantar mudas será que teria tantos adeptos? Será que as pessoas aderem a coisas simbólicas para purificar suas consciências e não o planeta...
Pare e pense se realmente não virou moda. Abrace a lagoa, abrace o Maracanã , apague uma luz para salvar a humanidade do efeito estufa ...

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