Costumo falar muito em marketing social aqui no blog. Sempre destaco que existem empresas que não respeitam o consumidor e depois tem a cara de pau de afirmar que tem projetos sociais ou simplesmente aderem A Hora do Planeta... Tudo para gerar mídia gratuita nos meios de comunicação, causar boa impressão no consumidor, valorizar sua imagem e claro aumentar os lucros...Se desrespeitar o consumidor é ingratidão, imagina desrespeitar os próprios funcionários... Aí é crueldade!
Exemplo desse tipo de prática é o caso Shell X ex-funcionários no interior de São Paulo. Vou resumir o problema: Em Paulínia, a Shell tinha uma fábrica de pesticidas da década de 70 até 2002 quando foi interditada. O motivo da interdição foi a contaminação
do solo que causou câncer (e outros tipos de doenças) aos então funcionários da empresa. Para piorar a situação, o lençol freático foi contaminado e a comunidade ao redor (família dos trabalhadores) foi adoecendo também. O fato aconteceu em 2001 e até hoje as vítimas lutam na justiça pelo direito ao recebimento de plano de saúde e indenização por danos morais.
do solo que causou câncer (e outros tipos de doenças) aos então funcionários da empresa. Para piorar a situação, o lençol freático foi contaminado e a comunidade ao redor (família dos trabalhadores) foi adoecendo também. O fato aconteceu em 2001 e até hoje as vítimas lutam na justiça pelo direito ao recebimento de plano de saúde e indenização por danos morais. A Shell alega que a responsabilidade não é dela porque quando comprou o terreno já havia contaminação do solo (a empresa não sabia quando comprou) e tentou solucionar o problema adquirindo os terrenos para que ninguém morasse mais ali. Essas são as principais justificativas para a Shell sempre recorrer das decisões judiciais (que na maioria das vezes dá ganho de causa a comunidade afetada). Vale dizer que a Basf, empresa que a Shell comprou o terreno, também está tendo as mesmas complicações judiciais que a petrolífera. Agora só falta uma instância para a condenação definitiva das empresas (assim espero!). Cerca de 50 pessoas já morreram nessa década de espera...
No site da Shell do Brasil você encontra os seguintes dizeres:
“O sucesso de nosso negócio depende, mais do que nunca, da nossa capacidade para ganhar e manter a confiança das comunidades vizinhas às nossas operações. Investir em projetos ambientais e sociais é fundamental para tornar nossas operações sustentáveis.”
“Contribuir para o desenvolvimento sustentável é parte fundamental de nossos negócios para tentarmos garantir a crescente demanda energética. Para a Shell é fundamental também cuidar do meio ambiente, da sociedade e reduzir os impactos de nossas operações. Conheça nossas iniciativas para garantir energia no futuro”
É hipocrisia social ou não é?
Por isso digo que sou pessimista. Nosso sistema capitalista não comporta 'desenvolvimento sustentável'; ou antes: até comporta, caso gere algum lucro. O mundo está acabando, as pessoas estão doentes, infelizes, e os governantes, banqueiros e empresários se reúnem para decidir quem vai ficar com a conta de tudo. O último a sair, apaga a luz na Hora do Planeta.
ResponderExcluirO último a sair, apaga a luz na Hora do Planeta - hahaha adorei!
ResponderExcluirPara uns o maior bem da empresa é a marca! Para mim e muitos outros deveria ser os funcionários. De que adianta dizer ao consumidor que seus produtos são ótimos e que investe em projetos sociais para melhorar o meio ambiente se não é capaz de ser justo com aqueles que o serviram até a doença adquirida no emprego impedir...
Ficar recorrendo anos na justiça até última instância para não pagar plano de saúde para ex-funcionários que merecem impacta na marca... Será que a Shell não sabe disso?